Hoje, metade da população mundial vive em cidades. Em 2050, a população urbana será de 75%. Boa parte desse movimento do campo para as cidades se dá em países do terceiro mundo - Brasil incluso. Problemas conhecidos como o crescimento desordenado, sem o controle do uso do solo, incluindo a a ocupação de áreas de risco, se repetem.
Um artigo publicano na CNN.com em 2011, na esteira do terremoto e tsunami que assolaram o Japão, analisou a percepção de que os terremotos têm aumentado no mundo. A conclusão? Não, os terremotos não estão aumentando de frequência ou intensidade, de acordo com os dados geológicos disponíveis.
O que acontece é que metrópoles continuam a crescer, muitas delas ao longo de falhas geológicas. Cidades grandes como Kathmandu, no Nepal; Islamabad, no Paquistão; Nova Delhi, na Índia; e Dhaka, no Bangladesh estão situadas em zonas de potencial atividade sísmica. Cada vez mais, construções feitas em materiais leves e com um ou dois pavimentos, são substituídas por edifícios em alvenaria com vários andares, muito mais rígidos e menos resistentes aos terremotos. Assim, os abalos provocam muito mais estragos do que antigamente.
Ocupação desordenada expõe as comunidades ao risco de desastres. Na foto, o deslizamento do Morro do Bumba, em Niterói, em 2010. (http://noticias.terra.com.br/)
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Segundo Gerhard Berz, ex-Head da Geo Risks na Munich Re, uma resseguradora alemã, “prejuízos devido a desastres naturais aumentaram oito vezes em termos econômicos, nas últimas quatro décadas”.
A urbanização descontrolada tem colocado, cada vez mais, pessoas e propriedades em risco. Cabe à sociedade, e principalmente aos governos, regularem a ocupação do solo e investir no aumento da resiliência daquelas comunidades já existentes em áreas de risco.