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Escola Municipal Tasso da Silveira, momentos após o crime. (Wikimedia Commons) |
Active shooter
Até o Massacre de Columbine, que aconteceu em 20 de abril de 1999, no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, o procedimento padrão policial para esse tipo de ocorrência nos Estados Unidos era o de "conter e esperar" (contain-and-wait): para evitar ferimentos em policiais e civis, os primeiros policiais isolavam o local e aguardavam a chegada das equipes táticas da SWAT, que adentrariam no cenário. Em Columbine, o procedimento falhou completamente: durante os 45 minutos entre o isolamento do local e a chegada da SWAT, Eric Harris e Dylan Klebold atiraram em 10 das 13 pessoas que mataram.
A partir disso, o procedimento padrão passou a ser o enfrentamento imediato do atirador, para que ele cesse os disparos: exatamente o que fez em Realengo o então 3º Sargento PM Márcio Alexandre Alves e seus colegas (na minha opinião, mais por um feeling correto do policial do que por causa de treinamento para situação de atirador ativo).
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Policiais americanos treinam para conter um atirador ativo. (http://policecrunch.com/) |
Preparação
Mas, e por aqui, será que aprendemos alguma coisa? Será que hoje nossos policiais têm programas para enfrentamento de atiradores ativos? E quanto às escolas ou empresas, a ameaça de atirador ativo foi identificada e tratada?
Conforme já discutido na postagem sobre crises em segurança pública, o trabalho deverá ser no sentido de diminuir as vulnerabilidades. A grande vantagem de fazer o planejamento de emergências baseado em uma análise de ameaças e riscos (all hazards) é que após a identificação de ameaça e do dano, a resposta para um evento serve para muitos outros.
Assim, o reforço da segurança física de áreas e instalações serve tanto para deter um atirador ativo quanto um assaltante comum. Procedimentos para equipes de segurança e emergência podem tanto ser acionados no caso de assalto a um caixa eletrônico nas dependências da empresa, quanto para um atirador desequilibrado.
O "público em geral" também precisa ser orientado sobre o que fazer. Nos Estados Unidos, até curso a distância gratuito existe para isso.
Na postagem anterior, citei uma passagem de Lewis Carroll sobre lições (não) aprendidas em eventos traumáticos que, creio eu, merece uma repetição:
"O horror daquele momento," o rei continuou, "eu nunca, nunca vou esquecer!"
"Você vai, no entanto," disse a Rainha, "se você não fizer um memorando sobre isso."
Lewis Carroll, Through the Looking-Glass, and What Alice Found There, 1871
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