Bandeira americana a meio mastro na cidade de Newtown. (nation.time.com) |
A participação dos Corpos de Bombeiros Voluntários das cidades de Easton e Monroe, além das cinco companhias voluntárias de Newtown - Botsford, Dodgingtown, Hawleyville, Newtown Hook & Ladder e Sandy Hook, esta a pouca distância do local - merece destaque na resposta ao tiroteio, bem como dos policiais do local.
Os noticiários citaram casos de professores que trancaram seus alunos nas salas ou mesmo em ármarios e banheiros, a fim de protegê-los durante o tiroteio. Mais do que uma iniciativa improvisada, essa ação é resultante de planejamento e treinamento. O procedimento de se trancar - conhecido como "lockdown" - foi simulado algumas vezes na escola, de forma que quando se fez necessário, os professores fizeram o que foi preciso, sem hesitação e sem ter que perguntar para outros se era para fazer isso mesmo.
Na postagem do dia 9 de março abordamos o comportamento de crianças em emergências, vendo que do ponto de vista da sobrevivência, as crianças devem ser consideradas como funcionalmente diferentes dos adultos, devido ao seu estágio de desenvolvimento neurológico e cognitivo. Ainda nessa postagem, citamos o Professor de Psicologia John Leach, que afirma que essa situação pode ser minimizada com a instrução sobre emergências nas escolas.
E no Brasil? Será que nossas escolas estão preparadas para uma emergência? Não me refiro somente às ocorrências de "atirador ativo" (pouco prováveis por aqui, embora não impossíveis, conforme provou o caso de Realengo em 2011), mas também a outros tipos de emergência mais prováveis, como vendavais, inundações e incêndios.
Eric Holdeman escreveu no blog Disaster Zone algumas coisas que os pais e responsáveis poderiam e deveriam perguntar nas escolas de seus filhos. Tomo a liberdade de reproduzir a lista aqui, fazendo algumas inclusões e modificações para o que considero ser a realidade brasileira:
- A escola possui sistema de alarme e combate a incêndio? Possui Brigada de Incêndio treinada? Tem a licença do Corpo de Bombeiros?
- Tem um plano de emergência? Se tiver – o que vai ser difícil – quando foi revisado? Se o plano tiver mais de cinco anos, deve estar desatualizado. A polícia e o Corpo de Bombeiros conhece esse plano?
- Já houve alguma simulado de emergência na escola?
Equipamento de combate a incêndio sem condições de uso em escola pública brasileira. Preparada para emergências? |
A lista do blog é mais extensa, mas considero que para a nossa realidade, os pontos acima já são um bom começo. Provavelmente a escola terá deficiências. Caberá a nós não somente cobrar das autoridades que façam a sua parte, mas tomarmos a iniciativa de sermos parceiros da escola, ajudando onde for necessário para que nossas crianças estejam mais seguras.