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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Morte no jogo do Corinthians na Bolívia

Em um triste e evitável episódio, o adolescente Kevin Espada, de 14 anos, torcedor do San José, foi morto nesta quarta-feira (20/02) a quando um rojão acertou seu olho direito durante o empate por 1 a 1 com o Corinthians, em Oruro, na Bolívia, pela Copa Libertadores da América.
 
Do ponto de vista da Comunicação de Crises, o Corinthians começou relativamente bem: "A direção do Sport Club Corinthians Paulista lamenta profundamente a morte de um torcedor na partida contra o San José na noite da última quarta-feira (20) e se coloca à disposição para ajudar no que for possível, mesmo sabendo que nada apagará a dor causada pelo incidente", publicou o clube em nota oficial.

Tragédia em Oruro. (http://www.foxsports.com.br/)

 
Porém, hoje de tarde, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, deixou a desejar na comunicação no meio da crise.
 
“Presume-se que é uma fatalidade. Exceto que provem o contrário, que alguém, identificado, usou de um artifício para dolosamente atingir outra. Ou tem essa prova que fulano de tal usou um artifício de fogos para atingir outrem ou é uma fatalidade”, disse em um tom de voz não muito confiante.
 
Além de usar uma linguagem não muito comum ("artifício de fogo", "atingir outrem"), enveredou pelo caminho da isenção da culpa, apelando para a famosa "fatalidade". Apenas para esclarecer, a palavra pode significar "destino inevitável", "coincidência deplorável", "acaso infeliz, funesto". Isto é, ninguem teve culpa, o que claramente não é o caso. Como em todo fato assim, a perda da vida do jovem foi o resultado de várias causas interligadas, que esperamos que sejam esclarecidas.
 
O diretor de futebol do clube também declarou que “pelos relatos não houve nenhum confronto antes do incidente. As torcidas estavam juntas, em harmonia. Se um sinalizador, que eu não sabia, é uma arma letal, a responsabilidade é da polícia e da segurança do estádio que permitiu que isso acontecesse, não do Corinthians”, também colocando a culpa nos outros.
 
Normalmente, essa não é uma postura adequada para comunicação em caso de crises, embora seja muito comum. Não é possível ainda determinar se a crise, e em especial sua comunicação, vai causar algum dano ao clube, mas vale a pena prestar atenção, lembrando que como em todos os outros aspectos do gerenciamento de emergências, o planejamento e o treinamento fazem a diferença entre o sucesso e o fracasso na comunicação de crise.

Fontes: