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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Mais sobre as manifestações

No post de 20 de junho escrevi alguns tópicos relacionados às manifestações vistas nas ruas do país. Agora, passado pouco mais de uma semana, as manifestações parecem ter diminuído (embora também pareçam longe de acabar) e vale a pena rever os tópicos que coloquei:

- Envolvimento direto do Exército para proteção da Presidente da República. Aparentemente não teve maior repercussão, até por conta da postura tomada pela Presidência de "ouvir a voz das ruas".

- "Preparação" das autoridades brasileiras para enfrentar qualquer tipo de situação durante a Copa das Confederações. Ainda não vimos acontecer. Talvez a prova de fogo (esperamos que não) seja a final no Maracanã no domingo.

- Como lidar com a crise de comunicação. Infelizmente, grande parte da imprensa esqueceu o que é uma cobertura imparcial e continua deslumbrada com os acontecimentos.

- Como balancear o direito de manifestação com o direito de ir e vir e direito à propriedade e como distribuir recursos sempre escassos de atendimento de emergências. Até por causa da pressão da imprensa, os governos - em linhas gerais - decidiram colocar o direito de manifestação acima de qualquer outro. Bem ou mal (eu creio que mal), o dilema foi resolvido.

- Uso das redes sociais. Mostrou-se vital para a mobilização das manifestações. Já as autoridades estão aprendendo a utilizar, mas ainda distantes do que poderiam fazer.

A situação ainda está longe de acabar. Vamos continuar acompanhando.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Manifestações nas ruas

Nosso país passa por um momento tenso e provavelmente inédito, com milhares e milhares de pessoas saindo às ruas para protestar - em princípio, com razão - contra inúmeras situações, por vários dias consecutivos. Os protestos acontecem desde as cidades principais do país, como São Paulo e Rio de Janeiro, até cidades menores, como Silva Jardim, no Rio de Janeiro, com cerca de 22 mil habitantes.

"Manifestantes" enfrentam o Caveirão do BOPE no Rio de Janeiro. (http://g1.globo.com/)


Esse movimento social é extremamente complexo e recente e não vou me atrever a tentar fazer uma análise mais profunda. Apesar disso, gostaria de salientar alguns pontos relevantes para o Gerenciamento de Emergências:

- Envolvimento direto do Exército para proteção da Presidente da República.

- Apesar da propaganda prévia da "preparação" das autoridades brasileiras para enfrentar qualquer tipo de situação durante a Copa das Confederações (ver postagem de 8 de maio), não foi isso que foi visto quando o simulado virou situação real.

- Do ponto de vista das autoridades, como lidar com a crise de comunicação, quando a imprensa, com raras exceções, está totalmente deslumbrada e tendenciosa quanto às manifestações.

- Ainda do ponto de vista das autoridades, como balancear o direito de manifestação com o direito de ir e vir e direito à propriedade de outros, principalmente quando as forças de segurança estão sob observação minunciosa (e tendenciosa).

- Embora o tema domine totalmente a imprensa, outros crimes continuam ocorrendo, pessoas continuam necessitando de ambulâncias, polícia e bombeiros. Como distribuir recursos sempre escassos de atendimento de emergências nessas situações?

- Mais uma vez, a importância e efetividade das redes sociais fica evidente, por parte dos manifestantes. Por parte das autoridades, isso parece que ainda não foi totalmente percebido. Por exemplo, o Twitter da Secretaria de Segurança de São Paulo e da CET do Rio ignorou totalmente as manifestações. Já a CET de São Paulo usou o microblog para atualizações em tempo real das condições do trânsito. A Secretaria de Segurança do Rio ficou em uma posição intermediária, colocando orientações, mas não em tempo real.

Vamos continuar acompanhando esse momento histórico e ver que lições podemos aprender.