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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Problemas com o SAMU

Em 23 de agosto, uma estudante universitária, de 28 anos, morreu dentro da sala de aula de uma unidade das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), no Itaim Bibi, na Zona Sul da São Paulo. Segundo o marido, o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (SAMU) levou 40 minutos para chegar e ela não resistiu. A tragédia levanta o caso, entre outras coisas, do atendimento de emergência do SAMU.

Protesto de motoristas do SAMU paulistano em 2009. (http://noticias.r7.com/)


Uma rápida busca no Google traz mais notícias assustadoras:

Em 3 de setembro, o G1 noticiou o problema da demora do atendimento do SAMU em São Paulo, que chega a levar horas, ao invés dos 15 minutos que deveria.

No dia seguinte, uma mulher de 25 anos morreu enquanto dormia ao lado do namorado, em Sousa, no interior da Paraíba. O homem garantiu à polícia que acionou o SAMU por duas vezes, mas que teve o atendimento recusado.

Na mesma época, o blog de Rose Guglielminetti relata o caso de uma viatura do SAMU em São Paulo transportou 11 pacientes para tratamento na capital. Apenas quatro pessoas utilizaram o cinto de segurança. As outras tiveram os assentos improvisados em macas.

Mas, por que essa situação?

Um dos motivos é óbvio. A falta de recursos e a má gestão dos poucos existentes. Conforme o portal Terra, o Tribunal de Conta das União (TCU) revelou que as motos usadas para dar mais agilidade aos atendimentos funciona mal por falta de planejamento do Ministério da Saúde. Hoje, 40% das motos compradas estão paradas. Os próprios trabalhadores do serviço denunciam o sucateamento, como ocorre em Alagoas.

Outro ponto que deve ser visto é o modelo adotado para o serviço no Brasil. O SAMU foi criado em 2003, adotando o modelo francogermânico com protocolos e estrutura semelhantes ao SAMU francês. Os franceses, utilizam um modelo onde o atendimento é realizado inicialmente por uma central de regulação, com um médico regulador, que despacha o socorro mais adequado. Nesse modelo, os médicos urgentistas tripulam as ambulâncias e promovem a estabilização do paciente no local do evento.


O SAMU original. (http://www.ambulance-photos.com/)

Por outro lado, nos Estados Unicos, adota-se o chamado modelo Anglo-Saxão. Lá, a ativação do serviço de emergência é feita com ligação para um número único de
emergência (911). A triagem é então realizada pelo operador da central de emergências, que definirá quais recursos serão despachados ao local (bombeiros, polícia, ambulâncias).  O atendimento por sua vez, é realizado de tal forma a estabilizar o paciente e removê-lo sem demoras até o centro de referência. Nesse atendimento entra o famosos paramédico, que ao contrário do que muitos pensam, não existe no Brasil! Não, nem os tripulantes do SAMU e nem do Resgate são paramédicos...


Paramédicos dos Bombeiros de Nova Iorque. (http://www.nyc.gov/)

Por que os Estados Unidos adotaram esse modelo? Em relação aos países europeus, os EUA são territorialmente maiores e o custo de tripular as ambulâncias com médicos seria alto. Alguma semelhança com o Brasil?

Embora o modelo francogermânico possa ser tecnicamente melhor, sua aplicabilidade na nossa realidade é complicada, como mostram as notícias no início da postagem. Talvez já seja hora de rever nossos conceitos.

2 comentários:

  1. entretanto não e apenas as fomas de de equipes que definiram como seria o SAMU conhecendo e tendo experiencias dos dois lados o SAMU ainda e a melhor forma apesar do custo maior do que a forma americana vamos dar um exemplo básico: em um acidente de carro contra um poste quem atenderia?
    SAMU frança: bombeiros e SAMU uma viatura de resgate e uma de suporte avançado supostamente
    NYPD : bombeiros e uma NYPD ( bombeiros com curso de resgate )

    Qual das duas formas você prefere ser atendido ?

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  2. O SAMU tem poucas unidades para atender um contingente populacional desproporcional e outra questão o serviço se transformou em obra eleitoreira,mandam a ambulância até pra unha encravada.

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