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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A tragédia de Newtown

Na sexta-feira, dia 14, um atirador matou 26 pessoas, sendo 20 crianças, na Escola Sandy Hook na cidade de Newtown, Connecticut, Estados Unidos. O crime absurdo chocou e entristeceu o mundo todo. As investigações estão em andamento e ainda é cedo para conclusões definitivas. Os debates sobre o que fazer para evitar que acontecimentos terríveis como esses se repitam tomam conta da mídia, principalmente nos EUA. Aqui, vamos analisar alguns fatos do ponto de vista de Gerenciamento de Emergências.

Bandeira americana a meio mastro na cidade de Newtown. (nation.time.com)

A participação dos Corpos de Bombeiros Voluntários das cidades de Easton e Monroe, além das cinco companhias voluntárias de Newtown - Botsford, Dodgingtown, Hawleyville, Newtown Hook & Ladder e Sandy Hook, esta a pouca distância do local - merece destaque na resposta ao tiroteio, bem como dos policiais do local.

Os noticiários citaram casos de professores que trancaram seus alunos nas salas ou mesmo em ármarios e banheiros, a fim de protegê-los durante o tiroteio. Mais do que uma iniciativa improvisada, essa ação é resultante de planejamento e treinamento. O procedimento de se trancar - conhecido como "lockdown" - foi simulado algumas vezes na escola, de forma que quando se fez necessário, os professores fizeram o que foi preciso, sem hesitação e sem ter que perguntar para outros se era para fazer isso mesmo.

Na postagem do dia 9 de março abordamos o comportamento de crianças em emergências, vendo que do ponto de vista da sobrevivência, as crianças devem ser consideradas como funcionalmente diferentes dos adultos, devido ao seu estágio de desenvolvimento neurológico e cognitivo. Ainda nessa postagem, citamos o Professor de Psicologia John Leach, que afirma que essa situação pode ser minimizada com a instrução sobre emergências nas escolas.

E no Brasil? Será que nossas escolas estão preparadas para uma emergência? Não me refiro somente às ocorrências de "atirador ativo" (pouco prováveis por aqui, embora não impossíveis, conforme provou o caso de Realengo em 2011), mas também a outros tipos de emergência mais prováveis, como vendavais, inundações e incêndios.

Eric Holdeman escreveu no blog Disaster Zone algumas coisas que os pais e responsáveis poderiam e deveriam perguntar nas escolas de seus filhos. Tomo a liberdade de reproduzir a lista aqui, fazendo algumas inclusões e modificações para o que considero ser a realidade brasileira:
- A escola possui sistema de alarme e combate a incêndio? Possui Brigada de Incêndio treinada? Tem a licença do Corpo de Bombeiros?
- Tem um plano de emergência? Se tiver – o que vai ser difícil – quando foi revisado? Se o plano tiver mais de cinco anos, deve estar desatualizado. A polícia e o Corpo de Bombeiros conhece esse plano?
- Já houve alguma simulado de emergência na escola?

Equipamento de combate a incêndio sem condições de uso em escola pública brasileira. Preparada para emergências?

A lista do blog é mais extensa, mas considero que para a nossa realidade, os pontos acima já são um bom começo. Provavelmente a escola terá deficiências. Caberá a nós não somente cobrar das autoridades que façam a sua parte, mas tomarmos a iniciativa de sermos parceiros da escola, ajudando onde for necessário para que nossas crianças estejam mais seguras.

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