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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Prevendo o comportamento em situação de crise

Ninguém pode responder por sua coragem quando nunca esteve em perigo”.
François de La Rochefoucauld


Em julho, tive a oportunidade de falar sobre um assunto que me fascina, o comportamento humano em situação de emergência, na 4a. Conferência Latinoamericana de Segurança de Processos, no Rio de Janeiro. Uma das perguntas que foram feitas e que gerou uma troca de ideias bastante interessante, foi sobre como prever o comportamento de profissionais, como operadores em uma planta química e bombeiros, entre outros, frente a uma emergência real. Em outras palavras, quem ira desempenhar bem suas tarefas e quem ira ceder sob pressão.


Algumas pessoas são mais suceptíveis a tomar ações proativas em face de uma emergência. Essa postura de tomar acoes na crise é um fator de diminuição de estresse e, consequentemente, melhor desempenho frente a situação. Pessoas otimistas e auto confiantes se enquadram nessa categoria. Um estudo coordenado por Matthew Lieberman, na Universidade da Califórnia em Los Angeles em 2008, verificou que pessoas com esses “recursos psicossociais” apresentam um nível de cortisol menor que a média ao ter que fazer uma apresentação em público. Quando colocados em um scanner cerebral e submetidos a imagens de rostos aterrorizantes, apresentam uma maior ativação do córtex ventral prefrontal lateral (VLPFC) direito, a principal parte do cérebro relacionada ao autocontrole. Essa ativação corresponde, por sua vez, a uma menor ativação da amígdala, região responsável pelo comportamento instintivo.

Membro das Forças Especiais dos EUA (http://www.usarmy.com).


No seu livro "The Unthinkable", Amanda Ripley cita estudos feitos pelo médico americano Charles A. Morgan, III, do National Center for PTSD, que mostraram que membros das Forças Especiais do Exército dos EUA, os famosos "Boinas Verdes", que normalmente têm melhor performance em exercícios em que são submetidos a situações extremas, como campos de prisioneiros simulados, apresentam uma produção maior do chamado neuropeptídeo Y, um químico que auxilia a manter o foco sob stress, entre outras coisas.

Resta saber até onde exames de sangue ou exames psicológicos poderão realmente predizer o comportamento das pessoas ao encarar um crise.


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