Conforme
vimos, o comportamento típico em emergências é a ausência de pânico e até a
presença de certo grau de cortesia. Conforme escreveu Amanda Ripley em “Impensável”,
essa cortesia pode atrasar o abandono de um prédio quando pessoas vindas de
andares superiores cedem a passagem àquelas que ingressam nas escadas vindas de
andares inferiores, afetando principalmente aqueles ocupantes dos andares mais
altos, que naturalmente já possuem um tempo de evasão e consequente exposição
ao risco maior que os demais.
Pensando
nisso, na evasão de prédios altos, isto é, aqueles com mais de 25 metros de
altura, onde os veículos de salvamento dos Corpos de Bombeiros têm dificuldades
de acesso, pode ser usado o abandono por fases. Nesse modelo, os ocupantes do
andar mais alto iniciam o abandono e após descerem dois andares, a escada já
estará livre para os ocupantes do andar imediatamente inferior que podem fazer
o abandono e assim por diante. No caso de prédios com vários andares, o
abandono pode ser feito com os ocupantes de mais de um andar de cada vez, desde
que se mantenha uma defasagem de alguns andares entre eles.
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Procedimento
semelhante foi adotado por Rick Rescorla, então Diretor de Segurança da empresa Morgan Stanley na evasão dos funcionários que trabalhavam no escritório da
companhia no World Trade Center em 2001, com sucesso. Aliás, esse gestor de
emergências visionário, que pereceu no 11 de setembro, merece um post
exclusivo, que – quem sabe – farei no futuro.
O
pânico é raro em situações de emergência, mas ainda assim pode ocorrer. Os
gestores de emergência devem estar atentos a esse fato e fazer um planejamento
de modo a diminuir as probabilidades de ocorrência do pânico, eliminando sempre
que possível as condições que podem favorecer seu surgimento.
A
sensação de aprisionamento pode ser minimizada, por exemplo, através da correta
sinalização e iluminação das rotas de fuga. A sensação de impotência pode ser
reduzida através de treinamento constante, visando o conhecimento dos sistemas
de emergência e das rotas de fuga. O recebimento de informações mais completas
e claras quanto possível sobre a crise enfrentada também é um fator importante
para o combate à sensação de impotência frente a evento.
Vimos
no post do dia 30 de dezembro que as pessoas tendem a buscar o que lhes é familiar
em uma situação de emergência. Por exemplo, tendem a sair pela mesma porta pela
qual entraram – rota já conhecida de alguma forma. Esse comportamento faz
sentido, já que os ocupantes não querem utilizar uma saída que não conhecem e
que não sabem onde vai dar, em um momento de crise.
Uma
forma de buscar neutralizar os efeitos negativos do comportamento de afiliação
durante emergências é reforçar os treinamentos de abandono da edificação, de
forma que todos os ocupantes conheçam e estejam realmente familiarizados com as
rotas de fuga e saídas de emergência de seu ambiente de trabalho.
Funcionários
em viagem de negócios devem ser orientados a, além de conhecer os planos de
abandono dos hotéis onde estejam hospedados (aqueles fixados atrás da porta,
que ninguém olha), também fazer um reconhecimento da rota de fuga, não somente
chegando até a saída de emergência do andar, mas sempre que possível, saindo da
edificação pelo menos uma vez.
O uso de conceitos realistas sobre o comportamento humano em
crises pode melhorar o planejamento, aumentando a probabilidade de sucesso e
minimização de danos.
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